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segunda-feira, 23 de maio de 2011

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Impressões do padre Jesus e Maria sobre Duas Barras Parte II

É dignissimo de feliz memoria e dos mais cordiaes encomios: a fundação e doação e este Bispado, da Egreja de Nossa Senhora da Guia, na estação de Monnerat, filial d' esta Matriz , pela Exma. Sra D. Anna Maria Monnerat, coronel José Constancio Monnerat, cuja firma Viuva Monnerat & Filhos, por escriptura publica passada n'esta Villa pelo tabelião Domingos José de Souza , a 21 de janeiro de 1892, no valor de vinte contos de reis.Para esta obra toda meritoria, muito e efficazmente concorreu e sobremodo com sua grande influencia e intima amizade, o Sr.Coronel Paulno Luiz de Freitas, grande negociante, abastado capitalista, altamente conceituado e por todos bemquisto e respeitado na Estação de Monnerat.

O sr José de Oliveira lach, por sí e seus amigos, concorreu com toda cêra para a celebração de todo o mez de Flôres e Maria Santíssima, e bem assim por sua dedicação coordenou a Capellania das primeiras Sextas-ferias ao Sagrado Coração de Jesus.A irmandade nada me deu, nem para guizamentos, nem siquer duas velas para as Endoenças a Santa Paschia da Ressureição de Nosso Senhor!

O Sr. José Antônio Wermelinger deu-me a madeira e as ferragens para uma meza na Sala dos Milagres e promessas, n'esta sacristia, e eu gastei com a mesa 36$000 rs.

O Sr. João de Almeida, relativamente pobre, mas cordialmente piedoso, com todos os seus, engordou três capados de meias, e me deu 70$000rs. para as santas Imagens.

Com minhas economias comprei e paguei duas casas com dois alqueires de boas terras, perto d'esta Egreja Matriz, para Fábrica: uma para residência parachial, outra para renda perpetua das santas Imagens, conforme o meu livro de Lembrança e de Consciencia.Estas duas propriedades, com alguns melhoramentos que n'ellas fiz, estão em sete contos e seiscentos mil réis (7.600$000, e mais 1.120$000 total 8.720$000 rs.) Para que os meus Successores não sofram as amarguras e mais difficuldades de todo gênero porque passei, máximé tendo de rosto uma irmandade totalmente irregular e por isso abusiva, e sobremodo insuportável a um Parocho zeloso de seus deveres e também de seus direitos.

É preciso que se saiba que esta irmandade, em todo este 4º anno do meu Parochiato, não assistiu nem ao menos a uma missa Dominical, não mandou celebrar nem ao menos uma só Missa à Padroeira, não me deu nem ao menos uma vela para o Altar, nem um cetil em auxílio de guizamentos!Singular irmandade, que de irmandade so tem o nome...

Diversas pessoas deram-me cem vélas de cêra pura, de vários tamanhos, parte de milagres operados pelos Santos, cujas iamgens se veneram n'esta Egreja. Demuito longe aqui vêm pessoas devotamente e em penitência: pagar suas piedosas promessas e satisfazer seus religiosos votos.

O sr Custódio Júlio deu-me um vinhário, grande madeirão, paa a Egreja nova ( que pretendo construir para as sagradas Imagens do Sagrado Coração de Jesus e do Immaculado Coração de Maria), e mais a quantia de 220$000 rs., sendo 120$000 rs. já incluídos acima, para a Fábrica, e 100$000 rs. para as santas imagens.

O Sr. Estevão de Oliveira Lach, conhecido por Estevinho, casado na muito catholica família Wermelinger, entre todos é sempre saliente qual estrella scintilante e sobremodo ainda se mostra sempre sobre todos e mais que todos, qual sol fulguramente por sua piedade solida e zelo pratico, o mais dedicado à Igreja e às suas leis obedientissimo até o exemplo , e sempre em intima união, franqueza e lealdade com todos os Parochos; pagou todas as despezas com o aperfeiçoamento da Sala dos Milagres, que me serve de gabiente n'esta sacristia da matriz; deu-me um paramento rôxo e um pavilhão branco ára p Tabernaculo do Santissimo Sacramento do Altar-mór; tres latas grandes de azeite de oliveira para alumiar Nosso Senhor , o que estimo em 350$000 rs.

N'esta mesma Sala dos Milagres , às 10h da manhã de 24 de maio, festa de Nossa Senhora Auxiliadora dos Christãos, disse-me:

- Sr Vigário, eu sei que o senhor deseja e pretende construir uma Cappela para as santas Imagens do divino Coração de Jesus e do Immaculado Coração de Maria Santíssima; se bem entender edificai-a em minhas terras, escolha o lugar onde quizer, na certeza que ponho à sua disposição todas as minhas mattas e porei no lugar construção todos os tijolos e telhas, tudo a minha custa; bem gostaria eu de a construir toda à minha custa, mas não posso, porém eu hei de dar mais, lá para diante...

Eu tinha celebrado havia poucos minutos ; fiquei tão comovido e admirado, até ás lágrimas, quão surpreendindo e jubiloso em contentamento e alegria, e tudo de certo por milagre dos Sagrados Corações; pois na verdade almejo e anhelo este alvo, mas a ninguém o tenha dito ainda:edificar uma Capella ou Egreja aos Santissimos Corações.Acceitei cheio de reconhecimento tão grande offerta abençoando esta grande alma e generoso coração e a todos os seus.

sábado, 8 de agosto de 2009

Duas Barras RJ



Duas Barras, colonizada por imigrantes suíços entre outros, ontem teve inicio da cidade no século XIX, na localidade Fazenda Fazenda Tapera, em Torno da Igreja Nossa Senhora da Conceição, começou a formar a Vila Tapera, que futuramente seria a nossa querida Duas Barras.

Duas Barras teve enorme desenvolvimento na era do café e hoje possui a 2ª maior plantação de café do estado do Rio de Janeiro, como exemplos as fazendas centenárias do município.

A denominação de Duas Barras provém de estar localizada entre as barras formadas pela junção dos rios Negro com Resende e deste com o córrego Baú.Hoje, Duas Barras é composta de dois distritos. a sede com a mesma denominação do município e o 2º Distrito chamado de Monnerat.

O Município possui um grande potencial turístico devido à preservação da maior parte do casario colonial, formando um núcleo urbano bastante agradável.A associação do relevo acidentado com a rede hidrográfica variada dota o município de inúmeras cachoeiras e quedas d'águas.Além disso possui clima ameno.Vale lembrar que os rios de Duas Barras têm suas nascentes originadas dentro dos limites do município.

A cidade é berço do cantor e compositor Martinho da Vila.

População estimada:
10.310 habitantes (IBGE)
Área 326 km2
Altitude:550 m

Durante todo ano ocorre o Projeto Música na Praça com shows de Bandas da região de vários gêneros, quinzenalmente , em Duas Barras e em Monnerat.

Janeiro - Encontro de Folclore
Fevereiro - Carnaval
Maio - Aniversário do Município (8 de maio)
Encontro Motociclistas
Julho - Festas julinas
Agosto - Festa da Padroeira Nossa Senhora da Conceição (1º final de semana) Duas Barras
Setembro - Festa da Padroeira Nossa Senhora da Guia (8 de setembro ) Monnerat
Dezembro - Réveillon

domingo, 26 de abril de 2009

Vorwort







Vorwort
(des Verfassers)
Diese vorliegende Mappe wurde geschaffen, als
Dokumentations
Für den am 16.November 1969 (14.30) im grossen
Saale des Hotel Mohren in Willisau ( kt. Luzern)
MIT grossem schalagenden Erfolg abgehaltenen
Wermelinger-tag

Er stund unter dem Motto:

die Brasilien Wermelinger
Grüssen
die Schweizer Wermelinger
Grüssen
die Brasilian Wermelinger

Dieser anlass wurde bereichert MIT einem Filmvortrag
Von Walter Wermelinger in Luzern und Kloten

Er zeigte die schöne Landschaft in der Bucht Von Rio
und die romantischen Gegenden im Hinterlande des
Estado de Rio de Janeiro, wo Wermelinger und andere
Schweizer wirken und schaffen und ihre fazendas bebauen.

Dieser grosse tag Kam Zustande durch die tatkräftige
Unterstützung jeder art, Von:
Frau Wermelinger-Wermelinger, Grundmühle
in Willisau und ihre Tochter Marta
Sowie Von:frau Marta Lehner-Albisser
in Horw b/ Luzern geb. Wermelinger
Es danken Und grüssen in dieser from, die Organisatoren:
Otto Wermelinger M. Solm, Walter
Luzern, (Schweiz) im Dezember 1969.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Willisauer Volksballt – 14/11/1969

NOSSOS CUMPRIMENTOS CORDIAIS SENHORA WERMELINGER ...

Assim soou no domingo à tarde próximo passado repetidas vezes no vezes no Salão Grande Hotel Mohren em Willisau. Foi uma comemoração muito especial que tomou lugar neste local.As bandeiras de Willisau, Brasil e da Suíça anunciavam a união do interior de Lucerna com o Brasil. O morno Sol de novembro nos enviava seus raios inclementes, com benevolência ao quente Sol do Brasil, que nos nesplandeceria no filme.

Otto Wermelinger-Ambuehl, Lucerna e seu filho Walter foram os organizadores da tarde interessante. Pelo ano de 1820 Xaver Wermelinger com outras famílias teria emigrado para o Brasil.Ninguem sabia mais de seu paradeiro.tanto maior foi a surpresa, quando soubemos que lá ainda existiam tanta famílias que tem este nome.Somos gratos ao destino, que a embaixada da Suíça no Rio de Janeiro, que sob o encargo do jovem advogado de nome Wermelinger, selecionou entre inúmeros endereços o de Otto Wermelinger. Com infindável idealismo ele e seu filho teceram o fio, sacrificando muitas horas, obrando e criando. Quão grande alegria deve ter sido para os dois poder reunir tantos Wermelinger, amigos e conhecidos, foram mais do que 300.Eles vieram de toda a Suíça, até de Graubuenden.

Walter Wermelinger filmou em várias viagens a terra e as pessoas. Ele não tentou somente nos mostrar retratos interessantes, mas quis também nos familiarizar com a mentalidade deste país desconhecido, quis nos mostrar quão diferente é a vida da cidade e a do interior.

Aí dançam as moças cor de café ao ritmo do samba, aí a estatua de Cristo no morro do Corcovado distribui sua benção, aí o carro de bois passa aos solavancos sobre a terra vermelha como nos velhos tempos, aí surge o caldo de cana esmagada, é consumido e preparado o melado.

Qual seria o gosto de um café de Lucerna adoçado comes este açúcar marrom amarelado, não refinado?E aquecido com aguardente de cana de açúcar feita em casa, chamada cachaça.Este aguardente é vendida principalmente a negros.

No Brasil há pessoas de todas as cores, desde o branco claro até o marrom escuro. A estirpe Wermelinger se esforça muito para conservar a cor clara, o que é quase uma predicado de nobreza. Com quanto gosto nos aprofundaríamos nas retratações dos mais idosos da tribo, para pesquisar os seus traços marcantes formados por privações, trabalhos pesados, orgulho e calma estóica.

O fato de que as famílias Wermelinger continuam a prosperar pode Sr constatado pela alegre, risonha e bem nutrida juventude. Se a viagem não fosse tão longa e cara, certamente um Wermelinger solteiro iria procurar entre as lindas jovens sua futura mulherzinha!Isto seria uma sugestão para unir-se mais com esta turma do além-mar.

Se porventura um Wermelinger brasileiro vier visitar a Suíça, gostaríamos de ser convidados novamente. Quem até lá saberá falar português?No fim deste mês Walter Wermelinger voará novamente para o Rio, para passar lá suas férias. Ao mesmo tempo como embaixador, ele entregará todas as assinaturas feitas no Salão do Hotel Nohren, como prova de nosso interesse e gratidão.

Com palavras simpáticas o senhor Wermelinger agradeceu o oferecimento da BBC de Baden, entendendo que um leigo não pode dispor de toda a aparelhagem técnica. Infelizmente o orador não foi ouvido com muita nitidez, mas isto foi suprido com o extraordinário fundo musical.


Texto origina,l em alemão do, Jornal de Willisau, Willisaver Volksblatt

Você já sabia que...






Tradução do Texto anterior
Bem longe daqui, no sudeste do Brasil, ainda vivem muito membros da família WERMELINGER?São algumas centenas nas baias do Rio de Janeiro, em Niterói e em especial na província, nas montanhas no Estado do Rio de Janeiro. O primeiro membro Xaver Wermelinger teria emigrado juntamente com outras famílias suíças e especialmente com famílias de Freiburgo, antes de 1820, para a América do Sul.Nesta ocasião o Brasil doava grátis terras à estes emigrantes.A parcela era determinada por sorteio.O inicio deve ter sido muito difícil.Outras emigrações seguiram , mas nem todos conseguiram sobreviver a longa e difícil viagem de navio.Os de Freiburgo fundaram mais tarde a cidade de Nova Friburgo; Os Wermelinger a de Duas Barras, no Estado do Rio de Janeiro, esta menor.Certamente o conhecimento sobre a existência de colônias suíças no além mar ou em outra parte não é novo.Mas nova foi a notícia para todos, que no Brasil haja tantos membros das famílias Wermelinger.

E isto sucedeu assim.No ano de 1961 recebi uma carta de Niterói de uma jovem que também possuía o sobrenome de Wermelinger.Ele se interessava sobre a origem e procedência de seus ascendentes na Suíça.Este Jovem obteve o meu endereço na Embaixada do rio de Janeiro, supondo que tínhamos um parentesco comum.Não foi fácil afirmar esta suposição, entretanto comparações posteriores de fotografias e retratos esclareceram esta dúvida.Os primeiros membros da família Wermelinger deviam ser oriundos do interior(Hinterland) de lucerna.Formou-se então uma interessante troca de correspondências, que no Rio tinha que ser traduzido do português para o alemão ou vice-versa.Em 1967 meu filho Walter resolveu visitar o autor das cartas e sua família em Niterói.Sua recepção no Aeroporto do Galeão foi espontânea e cordial.

Novas amizades adquiridas e parentes mostraram-lhe as redondezas. Deve ser assinalado que a hospitalidade neste país é escrita coma letra maiúscula.

O destino quis que meu filho pode tomar parte em uma grande festa comemorativa em Duas barras.Os Jornais de Niterói publicaram artigos com grandes títulos “150 ANOS DAS FAMÍLIAS WERMELINGER”.Entre outros foi mencionado que meu filho Walter é o primeiro que visita estas famílias e as homenagens não estiveram ausentes.
Como é de sua profissão, meu filho trouxe filmes valiosos e interessantes de duas viagens ao Brasil para casa, que ele ornamentou com comentários e músicas adequados.

Estes poderão ser vistos:
Domingo, dia 16 de novembro às 14,30 horas.
no salão grande do Hotel Mohren em Willisau,
na metrópole do Interior de Lucerna.
Não será cobrada entrada, mas o hospedeiro aguarda uma taxa de consumação

O filme será apresentado pelo meu filho, como agradecimento às famílias Wermelinger do Brasil e amigos, pela demonstração de tão grande hospitalidade: com o encargo de trazer sinceras saudações das famílias Wermelinger do Brasil às de Lucerne.
Ele expressa suas boas vindas à todos de Willisau;

Família Otto Wermelinger – Ambuehl
6000 Lucerna – St. Karlistr. 68
E em especial o produtor dos filmes – Walter Wermelinger


Cartão Postal Emetido por Otto Wermelinger

Wermelinger






Texto Original em Alemão (Click na imagem e veja em tamanho maior)


O neme provem da Quinta de Wermelingen.
(Quinta ao norte de Wolhusen).

O Local denomina-se em antigos documentos sempre Wermoldingen, com exceção de Johannes Von Wernboldingen, o qual no século XIV (1.300) para impostos ao Mosteiro Munster: essa fpo provavelmente a causa da formação primitiva do nome (segundo Branchstetter do nome Marinbald).

O Registro anual Rswil indica ( cerca do século XIV - 1.300) Hans Von Wermoldinger, Janni Von Wermolgingen, Johannes Von Wermolgingen, Adelheit - sua patroa e Noli Von Wermolgingen.

O registro anual de Willisau indica a doação anual de Rtschmann Sprengjssen e Nesa Wermelinger, sua filha.

No dia 15 de outubro de 1576 foi abençoada a capela de Stº Erasmo (Ruswil) em Buchholz, reconstruida pelo Aman Wermelinger em 2 altares e 1 sino.

Com Certificado de 24 de outubro de 1656, o prefeito e conselheiro de Lucerna gratificou com um jogo de bebida em prata o escultor Gaspar Wermelinger em Ruswial, o qual - com muita coragem e sem temor - penetrou na batalha de Villmerger num numeroso grupo de inimigos, dos quais conseguiu arrebatar as bandeiras inimigas, atregando-as à cidade



quarta-feira, 4 de março de 2009

Reencontro da Família Wermelinger





Vista da cidade de Duas Barras

Notícia Fluminense – 12/09/1967

Família das mais tradicionais, dedicada ao processo e desenvolvimento do parque agro-pastoril das regiões de Duas Barras, Cantagalo, Sumidouro e adjacências, o nome Wermelinger tornou-se conhecido e respeitado, com vários dos seus membros formados em engenharia, advocacia, economia e na carreira militar.

É originária da Suíça, dos distritos de Sursee, Willisau e Lucerna, sendo conhecida desde o século XV. Assim, temos Hans, que foi o primeiro magistrado em 1525. Hans também foi chefe de cantão em Ruswil, construindo, em 1575, a capela de Buholz. Gaspar foi canteiro de Ruswil, conquistando três brasões em 1956. Esses dados encontram-se no “Dictionnaire Historique et Biographique de la Suisse”.

O primeiro Wermelinger a chegar aqui foi Xavier Wermelinger, casado com Catharina Egglin, com mais cinco filhos, em 1819, sendo uma das famílias fundadoras de Nova Friburgo, antiga Morro Queimado, sendo destinado, por sorteio, a morar na quadra nº 61. Naquela época, diversas outras famílias também vieram, como Erthal — cujo primeiro membro casou-se com Catharina, filha de Xavier —, além de Monnerat, Lutterbach, Eggendorn, Stutz, etc.

Desde 1819, os Wermelinger não mantinham contato com os da Suíça. Entretanto, um membro da família, Walter Wermelinger da Costa, residente na Rua Dr. Celestino, 172, apto. 404 – Niterói, que é advogado, pesquisando na Embaixada da Suíça, conseguiu estabelecer o liame, mantendo desde 1962 correspondência com um Wermelinger residente em Lucerna.

Finalmente, a 31 de julho último, foi realizado o contato pessoal, uma vez que chegou ao Aeroporto do Galeão o Sr. Walter Wermelinger, residente em Lucerna, com atividades profissionais na cidade de Zurique, Suíça.

Comemorando o auspicioso acontecimento, após quase 150 anos de separação, os Wermelinger residentes em Duas Barras deram uma pequena festa em homenagem à data, que desde então ficou gravada em letras de forma no coração de toda a família.

Como intérprete da língua alemã, atuou o acadêmico de medicina Christian Gaudere, residente em Niterói.

terça-feira, 3 de março de 2009

Ao meu querido amigo Walter de Ultramar

Lucerna, antes do Natal, 18/12/1962 Meu profundo agradecimento pela sua carta datada de outubro passado. Alegrei-me muito em receber novas notícias suas. Na intenção de mandar-lhe uma lista completa sobre o índice de vida na Suíça, minha resposta atrasou-se. Soube agora que poderei conseguir uma na Câmara dos Deputados, em Berna, porém isto levará mais algum tempo. Apesar disso, escrevo para desejar-lhe um Feliz Natal e um Bom Ano Novo, a você e a todos os seus parentes. Acredito que uma viagem para tão longe seja quase impossível para as suas condições, principalmente com os nossos salários, se não possuir uma grande fortuna de algum primo rico. Também para a maioria dos trabalhadores suíços isto seria apenas um sonho, pois eles vivem como que trabalhando com a mão para sustentar a boca, e aqui se trabalha mais talvez do que em qualquer outro lugar do mundo. Realmente, com isso, o nosso nível de vida é bem elevado, poderia dizer-se mais elevado do que a maioria dos suíços pode sustentar. Há, naturalmente, aqueles que ganham imensas fortunas, porém nem sempre honestamente. Mas a maioria, como já disse, tem que se restringir bastante. Um operário comum ganha na cidade de 600 a 700 francos. Um especializado ganha de 800 a 900 francos. Se tiver sorte, de 1000 a 1500. Paga-se para alugar uma velha e desconfortável residência entre 120 a 180 francos. Uma moderna custa de 200 a 480 francos. 1 kg de carne custa de 16 a 20 francos. 1 litro de leite, 0,60 francos. 1 kg de batata, 0,40 francos. 1 kg de açúcar, 0,90 francos. Um automóvel médio custa de 6000 a 8000 francos. Um quarto de dormir, de 3000 a 6000 francos. Uma casa com 3 quartos, com mobília, roupa, tapete e cozinha, de 12.000 a 30.000 francos. Sobre a estrutura política escreverei em outra carta, porque meu tempo está muito apertado e eu quero que esta carta chegue ainda antes do Natal. Ainda mando-lhe um artigo retirado de um jornal suíço sobre o que se pensa e se conhece a respeito da nova capital do Brasil, Brasília. De maneira geral, é conhecido mundialmente que a imprensa suíça é uma das mais bem informadas do mundo. Toda a política da América do Sul está inspirando pouca confiança e nenhum sinal de melhoria. Aqui termino e já espero ansioso a sua próxima carta. Com lembranças para todos, inclusive para o tradutor, aqui fica: Otto, Maria Wermelinger e Walter Lucerne, avant Noël, le 18/12/1962 Mes sincères remerciements pour votre lettre datée d’octobre dernier. J’ai été très heureux de recevoir de vos nouvelles. Dans l’intention de vous envoyer une liste complète sur le coût de la vie en Suisse, ma réponse a été retardée. Je viens d’apprendre que je pourrai en obtenir une à la Chambre des Députés, à Berne, mais cela prendra encore un certain temps. Malgré cela, je vous écris pour vous souhaiter un Joyeux Noël et une Bonne Année, à vous et à tous vos proches. Je crois qu’un voyage aussi lointain est presque impossible dans vos conditions, surtout avec nos salaires, à moins de posséder une grande fortune d’un cousin riche. Même pour la majorité des travailleurs suisses, cela ne serait qu’un rêve, car ils vivent comme s’ils travaillaient uniquement pour nourrir leur bouche, et ici on travaille peut-être plus que partout ailleurs dans le monde. En réalité, de ce fait, notre niveau de vie est assez élevé, on pourrait même dire plus élevé que ce que la majorité des Suisses peut supporter. Il y a naturellement ceux qui gagnent d’immenses fortunes, mais pas toujours honnêtement. Mais la majorité, comme je l’ai déjà dit, doit se restreindre beaucoup. Un ouvrier ordinaire gagne en ville entre 600 et 700 francs. Un ouvrier spécialisé gagne de 800 à 900 francs. Avec de la chance, entre 1000 et 1500 francs. On paie pour louer une vieille habitation inconfortable entre 120 et 180 francs. Une habitation moderne coûte de 200 à 480 francs. 1 kg de viande coûte de 16 à 20 francs. 1 litre de lait, 0,60 franc. 1 kg de pommes de terre, 0,40 franc. 1 kg de sucre, 0,90 franc. Une voiture moyenne coûte entre 6000 et 8000 francs. Une chambre à coucher, entre 3000 et 6000 francs. Une maison de 3 pièces, avec meubles, linge, tapis et cuisine, entre 12.000 et 30.000 francs. Sur la structure politique, je vous écrirai dans une autre lettre, car mon temps est très limité et je veux que cette lettre vous parvienne avant Noël. Je vous envoie également un article extrait d’un journal suisse sur ce que l’on pense et connaît au sujet de la nouvelle capitale du Brésil, Brasília. De manière générale, il est mondialement reconnu que la presse suisse est l'une des mieux informées du monde. Toute la politique de l’Amérique du Sud inspire peu de confiance et ne montre aucun signe d’amélioration. Je termine ici et j’attends déjà avec impatience votre prochaine lettre. Avec des salutations à tous, y compris au traducteur, je vous adresse : Otto, Maria Wermelinger et Walter

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Lucerna, Julho de 1962

Lucerna, julho de 1962 Ao meu prezado amigo de além-mar, Sinceros agradecimentos pela sua prezada carta, vinda de tão longe. Fiquei agradavelmente surpreendido ao receber novas notícias. Infelizmente, só agora pude responder, pois estive doente por muitas semanas e precisei ir a um balneário para uma cura de nervos. Também não é possível traduzir esta carta para o português, já que não se fala essa língua na Suíça, apesar de ser um Estado europeu. Mais facilmente se encontraria um tradutor para o espanhol. Mas traduções são também muito caras. Hoje, quando em seu país a indústria se encontra em franca prosperidade, importamos muitos trabalhadores espanhóis, que aqui ganham muito bem. Porém, ocupamos muito mais italianos, já que provêm de um país vizinho. Contam-se hoje na Suíça mais de meio milhão de trabalhadores vindos de outros países, que aqui ganham o seu pão e enviam não pouco dinheiro para casa. Um tão grande emprego de trabalhadores jamais aconteceu nos quase 700 anos de existência da Suíça, e existem poucos indícios de uma redução. Há, naturalmente, também o reverso da medalha: o aumento de preços. Digo isso apenas de passagem, o que, naturalmente, muito interessa. Constrói-se muito, o que oferece muitas oportunidades de trabalho. A indústria de máquinas e também a relojoaria podem exportar os seus produtos de qualidade para o mundo. E, então, o turismo: a Suíça é o país de férias do mundo inteiro. Em face dessas realidades, eu me pergunto se o senhor não cogita em voltar à pátria ancestral. Existe trabalho suficiente, tanto na indústria como na agricultura. Mas a permissão de entrada no país, para quem vem de além-mar, demora muito, e a mudança custa muito dinheiro. A isso se junta que as mulheres brasileiras não gostam de emigrar. Também seria preciso aprender outra língua. Aqui na Suíça, especialmente, alemão e francês, e, em parte, também italiano. No ramo hoteleiro, o inglês é indispensável. Não consegui adiantar a crônica da família. Quase não posso compreender como o senhor ignora de qual lugar procede o seu antepassado que emigrou primeiro. Isto seria a base para as pesquisas seguintes. Sem isso, todo o esforço será inútil. Comprei-lhe especialmente um livro caro, onde estão fotografias de lugares de onde procedem os Wermelingers ou onde ainda residem alguns. Infelizmente falta uma aldeia: Hergiswil, uma aldeia de lavradores atrás de Willisau, esta fotografada diversas vezes no livro. Apostaria muito que o seu antepassado procede da região de Willisau ou Hergiswil, pois aí se encontrou, ou se encontra, o maior número de Wermelingers. Naturalmente, conta Lucerna como a maioria, pois todos emigraram do interior para esta cidade, em busca de melhores condições de trabalho. Ademais, remeto-lhe fotos da Suíça, admitindo que encontrarão grande interesse e alegria no círculo dos seus Wermelingers e amigos. Também quero enviar-lhe fotos de nossa família, pois os seus retratos também muito nos alegraram, a mim e à minha família. Quando o senhor receber esta carta, meu filho Walter estará na escola dos recrutas de Beijern, nas imediações de Freiburg, de onde o senhor já citou alguma descendência. Quanto aos outros nomes de família citados pelo senhor, nada mais sei quanto à sua descendência, pois não pôde ser mais examinado. Porém, acredito que suas pesquisas e suposições sejam quase certas, e o senhor poderá ler o texto no livro de Lucerna; o senhor descobrirá muitas indicações interessantes. Achei muito interessante a sua referência sobre as condições geográficas e cosmopolitas no Brasil, tão grande e tão pobre em população. Nos jornais, lê-se muito sobre agitações nos arredores do Rio. Espero que, em suas montanhas, conheçam apenas sossego e paz. Já que este volume é pesado, não pude remetê-lo pelo correio aéreo. Assim, demorará mais algumas semanas, mas nos interessaria saber se receberam tudo bem. Eu e minha família receberemos novas notícias com muito prazer. Agora finalizo minhas explanações, esperando que minhas linhas os encontrem com saúde. Minha família e eu os saudamos de todo o coração, desejando-lhes todo o bem. Otto Wermelinger St. Karlistrasse, 68 Lucerna — Schweiz — Europa (Fonte: Walter Wermelinger) Lucerne, juillet 1962 À mon cher ami d'outre-mer, Je vous adresse mes sincères remerciements pour votre précieuse lettre venue de si loin. J'ai été agréablement surpris de recevoir de vos nouvelles. Malheureusement, je n’ai pu répondre que maintenant, car j’ai été malade pendant plusieurs semaines et j’ai dû aller dans une station thermale pour une cure de repos. Il n'est pas possible non plus de faire traduire cette lettre en portugais, car cette langue n’est pas parlée en Suisse, bien qu’elle soit un État européen. Il serait plus facile de trouver un traducteur pour l’espagnol. Mais les traductions sont aussi très coûteuses. Aujourd'hui, alors que l'industrie de votre pays est en pleine prospérité, nous importons de nombreux travailleurs espagnols, qui gagnent très bien ici. Cependant, nous employons bien plus d’Italiens, puisqu’ils viennent d’un pays voisin. Aujourd’hui, on compte en Suisse plus d’un demi-million de travailleurs étrangers, qui gagnent leur pain ici et envoient une part importante de leur revenu dans leur pays d’origine. Un tel afflux de travailleurs n’a jamais eu lieu en près de 700 ans d’existence de la Suisse, et il y a peu d’indications d’une réduction prochaine. Il y a naturellement aussi un revers de la médaille : l’augmentation des prix. Je dis cela en passant, ce qui est, bien sûr, d'un grand intérêt. Il y a beaucoup de construction, ce qui offre de nombreuses opportunités d’emploi. L'industrie des machines et aussi l’horlogerie peuvent exporter leurs produits de qualité dans le monde entier. Et puis, le tourisme : la Suisse est le pays de vacances du monde entier. Face à ces réalités, je me demande si vous ne songez pas à revenir à la patrie ancestrale. Il y a suffisamment de travail, tant dans l'industrie que dans l'agriculture. Mais l'autorisation d'entrée dans le pays, pour ceux qui viennent d’outre-mer, prend beaucoup de temps, et le déménagement coûte cher. De plus, les femmes brésiliennes n'aiment pas émigrer. Il faudrait aussi apprendre une autre langue. Ici en Suisse, notamment l'allemand et le français, et en partie aussi l’italien. Dans l’hôtellerie, l’anglais est indispensable. Je n'ai pas pu faire avancer la chronique de la famille. Je ne peux presque pas comprendre comment vous ignorez de quel endroit provient votre ancêtre qui a émigré le premier. Ce serait la base des recherches suivantes. Sans cela, tous les efforts seront inutiles. Je vous ai spécialement acheté un livre coûteux, dans lequel se trouvent des photographies des endroits d’où viennent les Wermelingers ou où certains résident encore. Malheureusement, il manque un village : Hergiswil, un village d’agriculteurs situé derrière Willisau, qui est photographié plusieurs fois dans le livre. Je parierais beaucoup que votre ancêtre vient de la région de Willisau ou Hergiswil, car c’est là que l’on trouvait, ou trouve encore, le plus grand nombre de Wermelingers. Naturellement, Lucerne compte la majorité, car tous ont émigré de l’intérieur vers cette ville à la recherche de meilleures conditions de travail. De plus, je vous envoie des photos de la Suisse, en espérant qu'elles susciteront grand intérêt et joie dans le cercle de vos Wermelingers et amis. Je souhaite également vous envoyer des photos de notre famille, car vos portraits nous ont également beaucoup réjouis, moi et ma famille. Lorsque vous recevrez cette lettre, mon fils Walter sera à l’école des recrues de Beijern, dans les environs de Fribourg, d’où vous avez déjà mentionné une descendance. Quant aux autres noms de famille que vous avez cités, je n’en sais pas plus sur leur descendance, car cela n’a pas pu être examiné davantage. Toutefois, je crois que vos recherches et suppositions sont presque certaines, et vous pourrez lire le texte dans le livre de Lucerne ; vous y découvrirez de nombreuses indications intéressantes. J'ai trouvé très intéressante votre référence aux conditions géographiques et cosmopolites au Brésil, si vaste et si peu peuplé. On lit beaucoup dans les journaux au sujet d’agitations autour de Rio. J'espère que, dans vos montagnes, vous ne connaissez que tranquillité et paix. Comme ce volume est lourd, je n’ai pas pu l’envoyer par la poste aérienne. Il mettra donc quelques semaines de plus à arriver, mais cela nous intéresserait de savoir si vous avez tout bien reçu. Ma famille et moi recevrons de vos nouvelles avec grand plaisir. Je termine maintenant mes explications, en espérant que mes lignes vous trouvent en bonne santé. Ma famille et moi vous saluons de tout cœur en vous souhaitant tout le bien. Otto Wermelinger St. Karlistrasse, 68 Lucerne — Suisse — Europe (Source : Walter Wermelinger) Lucerne, juillet 1962 À mon cher ami d'outre-mer, Je vous adresse mes sincères remerciements pour votre précieuse lettre venue de si loin. J'ai été agréablement surpris de recevoir de vos nouvelles. Malheureusement, je n’ai pu répondre que maintenant, car j’ai été malade pendant plusieurs semaines et j’ai dû aller dans une station thermale pour une cure de repos. Il n'est pas possible non plus de faire traduire cette lettre en portugais, car cette langue n’est pas parlée en Suisse, bien qu’elle soit un État européen. Il serait plus facile de trouver un traducteur pour l’espagnol. Mais les traductions sont aussi très coûteuses. Aujourd'hui, alors que l'industrie de votre pays est en pleine prospérité, nous importons de nombreux travailleurs espagnols, qui gagnent très bien ici. Cependant, nous employons bien plus d’Italiens, puisqu’ils viennent d’un pays voisin. Aujourd’hui, on compte en Suisse plus d’un demi-million de travailleurs étrangers, qui gagnent leur pain ici et envoient une part importante de leur revenu dans leur pays d’origine. Un tel afflux de travailleurs n’a jamais eu lieu en près de 700 ans d’existence de la Suisse, et il y a peu d’indications d’une réduction prochaine. Il y a naturellement aussi un revers de la médaille : l’augmentation des prix. Je dis cela en passant, ce qui est, bien sûr, d'un grand intérêt. Il y a beaucoup de construction, ce qui offre de nombreuses opportunités d’emploi. L'industrie des machines et aussi l’horlogerie peuvent exporter leurs produits de qualité dans le monde entier. Et puis, le tourisme : la Suisse est le pays de vacances du monde entier. Face à ces réalités, je me demande si vous ne songez pas à revenir à la patrie ancestrale. Il y a suffisamment de travail, tant dans l'industrie que dans l'agriculture. Mais l'autorisation d'entrée dans le pays, pour ceux qui viennent d’outre-mer, prend beaucoup de temps, et le déménagement coûte cher. De plus, les femmes brésiliennes n'aiment pas émigrer. Il faudrait aussi apprendre une autre langue. Ici en Suisse, notamment l'allemand et le français, et en partie aussi l’italien. Dans l’hôtellerie, l’anglais est indispensable. Je n'ai pas pu faire avancer la chronique de la famille. Je ne peux presque pas comprendre comment vous ignorez de quel endroit provient votre ancêtre qui a émigré le premier. Ce serait la base des recherches suivantes. Sans cela, tous les efforts seront inutiles. Je vous ai spécialement acheté un livre coûteux, dans lequel se trouvent des photographies des endroits d’où viennent les Wermelingers ou où certains résident encore. Malheureusement, il manque un village : Hergiswil, un village d’agriculteurs situé derrière Willisau, qui est photographié plusieurs fois dans le livre. Je parierais beaucoup que votre ancêtre vient de la région de Willisau ou Hergiswil, car c’est là que l’on trouvait, ou trouve encore, le plus grand nombre de Wermelingers. Naturellement, Lucerne compte la majorité, car tous ont émigré de l’intérieur vers cette ville à la recherche de meilleures conditions de travail. De plus, je vous envoie des photos de la Suisse, en espérant qu'elles susciteront grand intérêt et joie dans le cercle de vos Wermelingers et amis. Je souhaite également vous envoyer des photos de notre famille, car vos portraits nous ont également beaucoup réjouis, moi et ma famille. Lorsque vous recevrez cette lettre, mon fils Walter sera à l’école des recrues de Beijern, dans les environs de Fribourg, d’où vous avez déjà mentionné une descendance. Quant aux autres noms de famille que vous avez cités, je n’en sais pas plus sur leur descendance, car cela n’a pas pu être examiné davantage. Toutefois, je crois que vos recherches et suppositions sont presque certaines, et vous pourrez lire le texte dans le livre de Lucerne ; vous y découvrirez de nombreuses indications intéressantes. J'ai trouvé très intéressante votre référence aux conditions géographiques et cosmopolites au Brésil, si vaste et si peu peuplé. On lit beaucoup dans les journaux au sujet d’agitations autour de Rio. J'espère que, dans vos montagnes, vous ne connaissez que tranquillité et paix. Comme ce volume est lourd, je n’ai pas pu l’envoyer par la poste aérienne. Il mettra donc quelques semaines de plus à arriver, mais cela nous intéresserait de savoir si vous avez tout bien reçu. Ma famille et moi recevrons de vos nouvelles avec grand plaisir. Je termine maintenant mes explications, en espérant que mes lignes vous trouvent en bonne santé. Ma famille et moi vous saluons de tout cœur en vous souhaitant tout le bien. Otto Wermelinger St. Karlistrasse, 68 Lucerne — Suisse — Europe (Source : Walter Wermelinger

domingo, 18 de janeiro de 2009

NASCIMENTO DO CONTATO ENTRE A FAMÍLIA WERMELINGER DO BRASIL COM A FAMÍLIA WERMELINGER DA SUÍÇA


Quando residi em Duas Barras, até os oito anos de idade, não tinha a mínima noção do que era a Suíça e, só quando fui para Nova Friburgo, é que comecei a entender, principalmente pelo hino da cidade que cantávamos na escola, que dizia: “salve brenhas do Morro Queimado que os suíços ousaram varar...”

Comecei a assistir a filmes, conhecendo mais ainda a Suíça, pois, de vez em quando, havia referências ao canivete suíço, como no filme Red River (Rio Vermelho), ou ao queijo suíço, com o Gordo e o Magro, mas sempre num sentido de respeito. Posteriormente, soube que os suíços, em virtude de não haver trabalho para todos, empregavam-se como soldados contratados por outras sociedades (mercenários), com isso adquirindo fama de lealdade, pois, ao contrário de outros mercenários, eram fiéis àqueles que os haviam contratado, não se vendendo contra os quais lutavam, mesmo que até fossem defensores de princípios democráticos (pois a Suíça era o único país do mundo que tinha uma democracia direta).

Exemplo: na queda da Bastilha, na Revolução Francesa, os mercenários suíços permaneceram fiéis à monarquia, morrendo todos em luta contra os revolucionários, sendo, por isso, homenageados em monumento na Suíça. Um fato que comprova isto é que a guarda do Vaticano, até hoje, é composta por suíços, mesmo sendo a Suíça uma sociedade cuja metade dos habitantes é protestante.

Meu avô Norberto contou, certa ocasião, que um determinado brasileiro, acostumado com a deficiência dos nossos Correios, foi convidado para uma festa e, como resolveu não comparecer, informou que havia enviado um telegrama. Entretanto, o anfitrião suíço pesquisou nos Correios de lá e verificou que o brasileiro mentira.

Em Niterói, conheci famílias membros da colônia alemã, tais como: Gauderer, Wendelin, Berk, Gubitz, sendo que dois irmãos desta família, Bernhard e Harald, animaram-me a ir pesquisar na Embaixada Suíça, na Glória, no Rio. E, indo lá com Harald, encontramos alguns nomes com as respectivas profissões. Assim, escolhemos Otto Wermelinger, de Lucerna, o qual era encadernador de livros, com quem mantive troca de cartas por alguns anos e, em 1967, o seu filho, Walter Wermelinger, veio visitar o Brasil, filmando em diversos lugares como Rio, Niterói, Duas Barras, Sumidouro (casamento de Ana Maria, filha de Antonio Wermelinger), Itaocara (produção de cachaça dos filhos de Maria E. Wermelinger). Estes filmes fizeram muito sucesso na Suíça, pois era uma sociedade completamente diferente, sendo assistidos por mais de 300 pessoas.

Evidentemente, a emoção de Walter Wermelinger da Costa só é compreendida por aqueles que saíram das tribos dos seus ancestrais e foram viver em outra sociedade, de valores completamente diferentes, podendo dizer, quase opostos.

Dr. Walter Wermelinger