Este espaço não é meu,
nem seu,
nem de quem escreve,
nem de quem lê.
Este espaço é da memória —
essa entidade viva
que sopra nomes esquecidos
e reacende brasas adormecidas
sob as cinzas do tempo.
Eu apenas abri a porta.
Varri o chão,
soprei o pó das palavras,
e deixei que a memória
caminhasse livre,
como deve ser.
Não reclamo posse,
não exijo autoria.
Só testemunho:
a memória quis viver.
E eu obedeci.
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